quinta-feira, novembro 13, 2003

(trabalho de Imprensa)

“Durão Barroso nunca será um bom primeiro-ministro”– acredita o jornalista e comentador Miguel Sousa Tavares



O romance Equador de Miguel Sousa Tavares , o seu primeiro romance, está a ser um sucesso de vendas. Já vendeu 80 mil exemplares, apesar do seu elevado preço (27€). O jornalista fala-nos do seu sucesso literário, da TVI e do estado do país.

Miguel Sousa Tavares afirma que no início duvidava se “estava à altura”, mas adianta que retirou dele “tanto prazer quanto sofrimento e tanto esforço quanto alegria”. “Equador é a história de Luís Bernardo Valença, nomeado governador-geral de S. Tomé e Príncipe pelo rei D. Carlos. Depois de ter escrito livros de reportagem, crónicas, contos e um livro infantil, Miguel Sousa Tavares afirma:

-Não sei se está ou não ao mesmo nível do meu trabalho jornalístico, mas seguramente não me envergonha.

Adianta que não sabia se algum dia iria acabar de o escrever e que a sua mulher foi a pessoa que o acompanhou ao longo da escrita. O jornalista afirma, ainda, que foram os editores “que me convenceram a escrever o Equador”. Durante a escrita deste romance Miguel Sousa Tavares suspendeu as suas crónicas “no Público, na Máxima, no Diário Digital, tudo!”, apenas manteve a sua coluna n’A Bola, “simplesmente porque era o texto que me saía com mais naturalidade e porque os portugueses gostam muito de discutir futebol e eu não sou excepção”.
As críticas têm sido positivas e o público tem recebido bem o seu primeiro romance. A prova disto mesmo é o número de exemplares vendidos: 80 mil, um número extraordinário dado o seu elevado custo: 27€ - “é mesmo um livro muito caro”. Miguel Sousa Tavares lembra ainda que se Equador vendeu este número de exemplares, “cada livro já passou por duas ou três pessoas, o que dá mias de 200 mil leitores. É muita, muita gente.”
Relativamente à análise política, o jornalista e comentador afirma:

- O essencial das minhas críticas em relação ao País não muda. É uma espécie de lodo que se agita, que às vezes muda de recipiente, mas que continua toda lá.

Considera que a qualidade da informação da TVI não difere muito da da SIC e que:

- A televisão em Portugal só mudará quando a RTP der um passo no sentido certo.

Ainda sobre a TVI, Miguel Sousa Tavares adianta que sempre teve total liberdade e que no dia em que não a tiver se vai embora. Afirma, também, que contaria a linha editorial da televisão privada em relação ao processo Casa Pia. Em relação à restante programação do canal, o jornalista não hesita em afirmar:

- A televisão não tem de ser a porcaria que é. Acho que deveríamos expatriar a Endemol, deveríamos expulsá-la de Portugal. Nenhuma outra entidade tem provocado tantos prejuízos ao País. Muito sinceramente, eu punha a Endemol daqui para fora.

Acredita que outro cenário é possível, relembrando que “quando só havia uma televisão em Portugal, a seguir à telenovela, o programa mais visto era a Grande Reportagem, que Miguel Sousa Tavares fazia juntamente com José Manuel Barata-Feyo.
Sobre o canal sociedade afirma que “ninguém sabe ao certo o que será e é possível que seja apenas um saco de gatos.
Em conclusão, Miguel Sousa Tavares afirma que o primeiro-ministro, Durão Barroso, “não tem uma ideia (…), nunca será um bom primeiro-ministro.

Sem comentários: