quinta-feira, janeiro 29, 2004

Porto – ou um a cidade à beira da paragem cardíaca



Andar no Porto é uma aventura. O solo da cidade assemelha-se à superfície da lua. Os portuenses ficam com a cabeça a andar à roda com o trânsito. A conjugação de várias obras fez da circulação na cidade uma missão quase impossível.

A chuva cobre a cidade com um tom acizentado, com um manto que nos dificulta a visão. Estamos no ponto central do Porto, os Aliados. Poucos minutos faltam para as seis da tarde. A cidade vive a hora de ponta, agravada com a chuva – que aumenta sempre o trânsito na cidade.
As paragens de autocarro estão cheias de pessoas que regressam a casa. À sua espera, estão longos minutos passados num espaço fechado, a abarrotar de pessoas. Uma senhora aparentando os 70 anos queixa-se do tempo que passa nos autocarros. “Moro já ali, na Constituição, e demoro uma hora a chegar a casa sempre que chove! Todas as pessoas trazem o carro para o centro quando saem de casa com chuva… E depois é isto!” Quando lhe perguntamos que medidas deviam ser tomadas para diminuir estes problemas, a idosa diz que não sabe muito bem, mas que “as obras do Metro e lá dos estádios só vieram dificultar as coisas! Se a Câmara se preocupasse em resolver os problemas em vez de se meter sempre em mais problemas…”
Experimentamos apanhar o 92 e seguir viagem até à Lapa. Demoramos quase 45 minutos – e note-se que apenas 3 paragens separam os Aliados da Igreja da Lapa. O autocarro estava a rebentar pelas costuras e a paciência desaparece proporcionalmente à entrada de mais pessoas no autocarro.
Experimentamos o Metro, até à estação da Casa da Música. A viagem é cómoda e rápida. As pessoas que o usam têm apenas a criticar o preço das viagens. “É exurbitante! Mas compensa no tempo que poupo…” Diz João Guedes, que trabalha numa loja da baixa.
Saímos na Casa da Música – um dos alvos de forte contestação da cidade – e percorremos toda a extensão da Via de Cintura Interna, um dos pontos mais negros da circulação rodoviária da cidade. Entramos na VCI a meio da Avenida da Boavista, ainda com muito trânsito, apesar de serem já 19:15. Seguimos no sentido Freixo-Arrábida. A Ponte da Arrábida encontra-se invariavelmente congestionada. Um acidente entre um veículo pesado e um ligeiro cortou uma das faixas de rodagem e os condutores – portugueses, um povo tipicamente dado à curiosidade – param para ver o que aconteceu, quase cortando a outra via.
Já do lado de Gaia, os acessos ao Centro Comercial encontram-se congestionados, sendo muitas as buzinadelas que ecoam no ar.
Circulamos agora no sentido Arrábida-Freixo. Dado o adiantado da hora (20:15), a viagem é rápida. Em pouco mais de 20 minutos chegamos à ponte do Freixo.
À noite, fizemos uma incursão pela Baixa, verificando o estado das ruas. Muitos são os pontos negros que se descobrem. Da Avenida dos Aliados até ao Palácio de Cristal, o piso das ruas está visivelmente danificado, graças às obras do túnel que vai unir a Rua de Ceuta ao Viriato. A zona da Cordoaria é outro dos pontos críticos, sendo que as obras do parque de estacionamento deixaram um dos lados do Hospital de Santo António com uma paisagem de lixeira.
Muitos são so problemas com que sta cidade sofre. E é verdade que pocas são as soluções que nos vêm à cabeça. Mas é imperativo encontrar soluções para estes problemas. O trânsito começa a ser uma fonte se demasiadas dores e cabeça para os portuenses!
(exame de Imprensa)

Quem quer um grande apresentador?



Durante muito tempo a grande paixão de Jorge Gabriel foi a rádio. Começou em 1984, aos 16 anos no «Musicomania», um programa da Antena 1 destinado aos jovens. Passou pela Comercial - «um grande templo da rádio, onde estavam os nossos ídolos e a nossa música» -, pela Renascença e pela Antena 1.
Ele foi o descontraído apresentador do programa semanal Roda dos Milhões, em directo, na SIC. Passou ainda pela apresentação do Big Show Sic e pelo reality show de Carnachide O Bar da TV.
Hoje em dia encontra-se a trabalhar na RTP. Já apresentou o concurso Preço Certo em Euros, apresentando agora o progama da manhã Praça da Alegria e o concurso Quem quer ser milionário?.

Jorge Gabriel, será que o seu bichinho da Rádio desapareceu ou está apenas escondido algures no seu interior?


Bem, desparecido não está. Como sabe, foi na rádio que dei os primeiros passos, já lá vão muitos anos. Mas desde que entrei para o mundo da televisão comecei a encontrar aqui coisas que me fascinam. São duas paixões distintas. Uma ainda hoje tenho oportunidade de viver, a outra está em stand-by. (risos)

Sei que frequentou o curso de Filosofia, mas não o chegou a acabar…

É verdade. Entrei para o 1º ano do curso de Filosofia da Católica, em Lisboa, no mesmo ano em que comecei a trabalhar na SIC. Infelizemente, o tempo não chegava para as duas coisas e optei pela televisão. Mas ainda hoje não desisti do curso! Gostava de ser professor do ensino secundário quando deixar o mundo da tv.

Hoje em dia encontra-se a apresentar um dos programas de maior audiência em Portugal, o Quem quer ser Milionário. Como está a ser a experiência?

Fiquei surpreendido quando a direcção de programas e a Endemol me lançaram o convite. Desde que entrei para a RTP, passei pela apresentação de vários programas. E isso é muito importante a nível de realização profissional e pessoal. Apresentei várias galas, tive um lugar de destaque em vários momentos importantes da estação. Mas fiquei surpreendido com o convite para o Quem quer ser milionário

Quais são os seus planos a curto prazo?

Bem, vou continuar a gravar o Quem quer ser milionário e a fazer a Praça da Alegria, em directo. Mas logo que possa, tenciono fazer umas férias que me afastem da correria do meu dia-a-dia. Quero passar algum tempo com a minha família.

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Experimentem este jogo! Joguem baseball com um pinguim!
http://1337-face.dk/pingvin.htm
(É um dos meus animais preferidos! É óbvio que não é violento!)
(Post do http://www.tasqueira.blogspot.com/)

Nonsense



Era uma vez uma bola de cotão que vivia numa esquina dum rodapé duma esquina duma casa duma esquina dum condominio fechado (porque hoje em dia não se sabe quem anda aí, tanta gente que pode fazer mal aos nossos filhos, qualquer dia querem pôr ciganos a andar na escola, ou então qualquer dia querem-me violar o rapaz, com tanta pedofilia que anda aí, depois o rapaz ainda me fica amaricado, eu bem tento acertar-lhe o passo com umas de cinto, bem acertadinhas, ele bem berra, mas eu é para o bem dele que o faço, o meu pai fazia-me o mesmo, e quando ele berra mais eu ponho-lhe uma mão dentro da panela da sopa, naquela altura que começa a ferver, que assim é que ele vê o que é doer, agora virem cá homens enr*b*r-me o miudo e ainda por cima pagar-lhe, devem achar que ele é alguma p*t*, não? Era agora o que faltava, estar a esfolar-me a trabalhar para criar uma p*t* rota...)
Um belo dia essa bola de cotão foi aspirada, por um aspirador cinzento, pequenino, daqueles de mudar o saco, e mudaram o saco ao aspirador e deitaram-no ao lixo e nunca mais ninguêm viu a bola de cotão.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

(Pré-Teste de Imprensa)

Sem-abrigo – ou uma vida de abandono e solidão



São 0,30 da manhã. Enrolada num cobertor, uma mulher dorme sobre o cimento do passeio, abrigada apenas pelo muro que ladeia o quarteirão. Quando ouve a porta de uma carrinha abrir-se, desperta com movimentos lentos. O som já lhe é familiar. É a equipa da Legião da Boa Vontade (LBV) que chega com sopa, leite e pão. Provavelmente a única refeição quente que tomou ao longo do dia.

O cabelo está molhado. A face, inchada, adquiriu a tez arroxeada característica das queimaduras provocadas pelo frio. Quase sem proferir palavra, a dona Ana aceita de bom grado a sopa que lhe é oferecida e come-a com a mesma paciência que utilizou para se levantar. Quando acaba, pede um cobertor e enrola-se uma vez mais de encontro ao cimento frio.
De nada tem valido a insistência da equipa da LBV em convencê-la a procurar um abrigo mais resguardado ou a dirigir-se aos albergues nocturnos. Mesmo a família, que a procura muitas vezes, não consegue demovê-la do destino que escolheu. É ali que a dona Ana se "sente bem”.
Ali perto, num parque de estacionamento próximo da zona do Marquês, concentram-se mais seis sem abrigo. Um deles, com um longo e sujo cabelo e barbas amareladas pelo tabaco, afirma que já procurou ajuda na AMI, mas lá “não fazem tosquias”. Diz ter sido mal-tratado e que, por isso, não volta a por lá os pés.
Um nevoeiro espesso começa a abater-se sobre a cidade e o frio é cada vez mais intenso. A próxima paragem é na Trindade, uma conhecida zona de prostituição na baixa do Porto. É por ali que dormem o Carlos, na casa dos trinta e a dona Odete, octogenária.
Carlos, que à noite se transforma em Carla e se prostitui nas imediações, decidiu "adoptar" a velha senhora de ar frágil e fazer dela a sua protegida. Há oito anos, quando a conheceu na rua, a dona Odete esta estava em risco de vida. "Estava podre. Tinha um ovário em decomposição e um quisto na bexiga", explica Carlos. Não fosse a sua persistência junto dos médicos do Santo António para a colocar à frente de uma longa lista de espera e a dona Odete teria concerteza morrido.
Muitos dos sem abrigo da cidade vão-se valendo dos Albergues Nocturnos do Porto, último refúgio para quem não consegue habituar-se aos rigores de uma caixa de cartão ou de um patamar de entrada de um prédio. Um sítio onde é possível tomar um banho quente, comer uma refeição, trocar de roupa e dormir num colchão.
"É mais fácil chegar-se a uma situação destas do que à partida se possa pensar", afirma a socióloga e técnica de inserção da Associação dos Albergues Nocturnos do Porto - uma instituição não governamental sem fins lucrativos. As pessoas chegam a esta situação, na sua grande maioria por problemas familiares - nomeadamente o divórcio -, aos quais costumam estar associados o consumo excessivo ou a dependência de drogas e álcool. “O Rui Rio está empenada na resolução deste grave problema social, mas os apoios são escassos”. A socióloga Ana Machado adianta ainda que nem o próprio presidente pode fazer mais na ajuda aos sem-abrigo. “Cabe ao Governo fornecer dinheiro às associações e organizações não-governamentais, que fazem aquilo que o próprio Governo deveria fazer! Mas a maior preocupação é o Euro 2004 e os seus estádios!”
(Pré-Teste de Imprensa)

“Para os políticos somos apenas números!” – diz um desempregado que vive em plena miséria no Porto



José Almeida é um chefe de uma numerosa família portuense. Vive nas Fontainhas, um local onde as condições habitacionais são precárias e a pobreza é uma companheira do dia-a-dia. Em conversa, descobrimos como o drama do desemprego está a afectar a vida dos portugueses. Nesta altura, os casos humanos são bem mais importantes do que os números.

José Almeida, quantos filhos tem?

Bem… Tenho 9 filhos a viver comigo agora. Mais outros 3 da minha ex-mulher, que vivem com ela.

Então em sua casa vivem 11 pessoas, certo?
Não! Além dos meus filhos e da minha mulher, vive ainda lá em casa a minha sogra.

Só por curiosidade, quantas divisões tem a sua casa?
Tem 2 quartos, a cozinha, uma casa de banho e a sala. Claro que o espaço não chega para todos, como pode imaginar! Eu e a minha mulher dormimos num quarto, mais os nossos 2 filhos mais novos. No outro quarto dorme a minha sogra e os meus 3 filhos mais velhos. Os outros 4 dormem na sala, às vezes no chão!

Segundo sei, está desempregado desde Novembro… não é?

Sim, a fábrica onde eu trabalhava fechou em Outubro. Parece que os trabalhadores portugueses dão prejuízo às multinacionais! A minha preferiu mudar-se lá para a Ucrânia… Como eu, ficaram mais de 70 pessoas que já lá trabalhavam há 8 anos e meio… Ando à procura de outro emprego desde o dia em que fui despedido, mas ainda não encontrei nada! O Governo diz que os ucranianos não vêm tirar trabalho aos portugueses, mas aquilo que se passa não é bem isso… Eu quero trabalhar e não encontro nada!

Como consegue viver sem ordenado? Quais são os rendimentos da sua família?
Neste momento, vivemos com muito pouco dinheiro! A minha mulher é empregada de limpeza no Hospital de Santo António… ganha o salário mínimo. A minha sogra tem uma reforma de trinta e tal contos. E a minha filha mais velha já trabalha na padaria lá da zona. Eu tou com um subsídio de desemprego de 60 contos. No total, nem aos 20 contos por pessoa chega! E claro que temos as contas todas para pagar!

Conhece muitas pessoas no mesmo estado que o seu?

Conheço! Lá no bairro em quase todas as famílias há desempregados. As pessoas têm que viver quase sem dinheiro! E os preços não param de subir… Não sei o que vai ser da minha vida daqui a alguns meses se não arranjar trabalho! Queria apenas que os políticos vivessem uns meses… não, até bastava um mês, com este dinheiro! De certo, falariam de forma diferente quando falam de desemprego! As pessoas para eles são números… Prometem muito para lá chegar e quando lá chegam nada fazem! São todos iguais…

José, que planos tem para os próximos tempos?

Se não conseguir arranjar emprego nos próximos 2 ou 3 meses, acho que vou trabalhar para o estrangeiro. Não tenho dinheiro suficiente para me mudar com a família toda, por isso vou sou. Trabalho uns anitos e depois volto, quando as coisas estiverem melhor por cá!

terça-feira, janeiro 20, 2004

(trabalho de Imprensa)

O outro lado da Arte



Criada em 1989 e situada no coração do Porto, a Fundação de Serralves está inserida numa quinta de rara beleza, na qual se integram um edifício da década de 30 e um Museu de Arte Contemporânea, instalado num parque de 18 hectares. No seu conjunto, a Casa de Serralves, o Museu e o Parque constituem o núcleo patrimonial da Fundação. Do conselho de fundadores fazem parte entidades como o Estado Português, várias instituições bancárias e de seguros, a Câmara do Porto, as Universidades do Porto e do Minho, a Associação Comercial do Porto, a Lusomundo, a STCP, a Vodafone e a TMN, entre muitas outras.
A Casa de Serralves, para além de ser a sede da Fundação, constitui uma extensão importante do Museu de Arte Contemporânea, reservada à apresentação de exposições temporárias. Originariamente concebida como residência particular, a Casa – exemplar da Arte Deco – e o Parque foram mandados construir pelo Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral. Antes da construção do Museu era aqui que as exposições poderiam ser vistas. O Parque foi planeado e constrído nos alvores do modernismo da arquitectura paisagista. As suas caractrísticas históricas e artísticas, a sua dimensão e diversidade paisagística, assim como o seu excelente estado de conservação, contribuem para fazer deste lugar um importante foco de promoção da qualidade ambiental da cidade do Porto.
Considerando o seu relevante interesse arquitectónico, o património de Serralves foi classicado em 1996 como “Imóvel de Interesse Público”.
Os objectivos promordiais do Museu – projectado por Siza Vieira - são os de constituir uma colecção de arte contemporânea, apresentar um programa de exposições temporárias, colectivas e individuais, organizar programas educativos que proporcionem uma relação mais estreita com a comunidade local e aumentem o interesse público pela arte contemporânea, reforçando-se assim a relação entre a arte e a natureza que as condições naturais do Parque de Serralves proporcionam.
O espaço da Fundação é um espaço mutável, diferente em cada visita que fazemos. Tanto nas obras que se encontram expostas, como nas características do Parque e mesmo do próprio Museu. O Museu de Arte Contemporânea não é um simples museu. É um espaço diferente, onde a arte se funde com a natureza numa simbiose perfeita. O Parque conta com várias esculturas da colecção da fundação e outras que se encontram a título temporário.
A Fundação de Serralves é um espaço que merece a nossa atenção. É um espaço onde nos devemos perder, um local onde devemos perder algum tempo, um local que apela à descoberta. A visita de todo o espaço de Serralves deve ser feita sem pressas. Um local de refúgio bem no coração da cidade Invicta. A não perder!

segunda-feira, janeiro 12, 2004

E hoje este blog sofre uma alteração...
Com um nome novo, mas com a mesma vontatade com que o criei!
O nome não mudou por uma razão em particular, mas achei por bem mudar!
As críticas focavam o nome do blog como defeito e "água mole em pedra dura..."
Enfim!
É uma nova cria que nasce, igual a si mesma (como não poderia deixar de ser!).
Espero que gostem!
Bem-haja!

quinta-feira, janeiro 08, 2004

(trabalho de Imprensa)

Bem-vindo sejas, 2004!



E como uma nova folha de um livro já nosso conhecido, assisti à chegada do novo ano sem nenhuma expectativa. Posso mesmo dizer que recebi 2004 com apatia, como se a noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro mais não fosse do que uma vulgar passagem… para um novo dia. Um ano é apenas uma baliza temporal, convencionada pelos homens, de modo a lhes permitir ter uma sensação de controlo do avanço desenfreado dos relógios, do avanço implacável do tempo.
Surge um ano novo, um ano que é antecedido de um 2003 escuro, frio, negro para a Humanidade. É certo que já houve anos bem mais negativos na História, mas 2003 fica marcado pela tirania, pelo desejo de um só país – que se auto-afirma o melhor, o imbatível, o intocável, o protegido por Deus – dominar o resto desta massa rochosa que habitamos.
Dadas estas circunstâncias, seria de esperar uma grande recepção ao novo ano, festejando com alegria a sua chegada… Mas não foi isso que aconteceu. E não fui o único ser humano a sentir isto. Aqueles que assistiram à passagem de ano através da “caixinha mágica” viveram um momento falso, pré-fabricado, gravado com antecedência. As televisões lutam entre si para fazer o melhor programa de passagem de ano. E não o fazem por um sentido de serviço público, mas sim de lucro.
Algo semelhante aconteceu nas ruas. Na sala de festas por excelência da Invicta – os Aliados – o “Reveillon” foi dado por encerrado por um implacável Rio. Se é verdade que os rios não têm ondas, cada vez mais me convenço que há Rio(s) que jamais irão deixar de as provocar, orgulhosos por tamanha proeza… Não vá o povo ficar cheio das cheias provocadas pelo Rio, fazendo com que a sua paciência transbordada e a esperança está em leito seco se transforme numa barragem que cesse o seu livre caminho.
E as badaladas discotecas que agitam o espírito nocturno dos portuenses aproveitam uma altura em que o cordão da bolsa anda um pouco mais solto para obterem um lucro só possível nestas alturas. Por 25€ temos uma noite – dizem eles – inesquecível, com muitas alegrias e surpresas ao longo da noite. Mas desenganem-se os que julgam que isto é mentira! Efectivamente, várias são as alegrias que temos. Nomeadamente, sempre que os nossos ouvidos se refazem da tortura exercida pelas violentas músicas latinas que ecoam entre aquelas paredes. E surpresas também temos. Um vasto leque delas! O ‘bar aberto’ anunciado transforma-se numa despesa encoberta, fazendo-nos ficar bastante surpresos ao acordar, quando abrimos a carteira. Depois, chegamos ao carro e reparamos que alguém mais generoso fez o acto caridoso de nos congratular com um risco de uma ponta à outra.
Devemos agradecer aos donos destes espaços nocturnos, pois foram uns queridos ao dar-nos tanto divertimento!
Só me resta dizer uma coisa:

Bem-vindo sejas, 2004!