Carlos Silvino preocupado e sem esperança
Carlos Silvino mostrou-se preocupado com a exposição que a sua vida está a ter. Revela que os últimos tempos não têm sido fáceis e olha a sua reintegração na sociedade como olha para uma utopia. Em primeira pessoa, Carlos Silvino falou com o nosso jornal.
Praticamente todo o país fala do caso Casa Pia, muitas têm sido as considerações e as avaliações feitas acerca da sua pessoa. Como vê tudo isto?
Francamente, a minha vida não tem sido muito fácil. Aqui na prisão as coisas não são propriamente um “mar de rosas”... Tenho passado os meus dias a pensar naquilo que as pessoas podem pensar de mim. Sei que a forma como as pessoas me vêm assemelha-se a repugnância. Custa-me que as pessoas não me conhecem e falem certas coisas tão negativas...
Vejo que se mostra bastante preocupado com a sua reputação social. Como vê a sua reintegração na sociedade se não for condenado à pena de prisão?
De facto, estou mesmo preocupado! Eu não cometi qualquer crime... Até ser condenado culpado pelo Juiz, sou inocente, não é? A praça pública fez-me o julgamento e declarou-me culpado logo à partida! Fui julgado na rua, nos cafés... nos meios de comunicação social durante semanas a fio. E ainda hoje isto continua... É-me difícil pensar rm reintegração nestas condições, não acha? Como inocente que sou, desejava o óbvio: ser declarado inocente. Mas basta-me reflectir um pouco, pensar que teria de encarar as pessoas que me chamam abusador de criancinhas... Acho que qualquer pessoa ficaria neste estado.
O que gostava de poder dizer a todas essas pessoas?
Que parem de me julgar! Só peço uma hipótese de, caso seja declarado inocente, possa viver tranquilamente... Nada mais! Quero ter uma vida tranquila e em liberdade. Se for considerado culpado e o Juiz me condenar, aí sim, aí as pessoas poderão me considerar culpado e tudo isso! Até lá...
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