"Precisamos de uma liderança mais dinâmica
para enfrentar os problemas económicos mais sérios"
Peter Sutherland avalia o processo de reformas na Europa e conclui que cabe a esta a liderança na Economia mundial
Em entrevista ao Jornal de Negócios, o ex director-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e ex-comissário europeu afirma que "o processo de reformas na Europa tem sido demasiado lento". Dirigente da OMC numa das suas mais bem sucedidas fases, Peter Sutherland esteve no Porto, no encontro da ComissãoTrilateral.
Sutherland considera que as relações entre ao EUA e a Europa "já não são o que eram", pois "os choques resultantes das diferentes perspectivas sobre o Iraque foram profundos". O ex- director-geral da OMC afirma, porém, que os interesses económicos "são completamente interdependentes", que "os valores e interesses são basicamente os mesmos". Sutherland adianta que "aquilo a que assistimos foi um falhanço da diplomacia, em chegar a um entendimento comum e conseguir trabalhar em conjunto", sendo que "os dois lados têm de prestar mais atenção um ao outro e ninguém deve entrar no debate pensando que tem a razão toda", pois "o unilateralismo não é uma opção"
Peter Sutherland adianta que "o processo de reformas tem sido demasiado lento e que é preciso "acelerar e isso exige liderança política"pois este é "um elemento importante na situação a que chegamos"adiantando que "precisamos de uma liderança mais dinâmica para enfrentar os problemas económicos mais sérios e desenvolver uma estratégia de crescimento que não dependa de gastar dinheiro, porque não temos dinheiro para gastar". Sutherland não hesita em afirmar que os países "devem obedecer ao Pacto de Estabilidade". Porém não considera este um assunto-chave, mas sim "uma fuga, assim como é uma fuga atacar o Banco Central Europeu".
Em conclusão, Sutherland afirma que "a Europa tem de continuar a acreditar no multilateralismo, a nível global, não em acordos regionais e tem de liderar este processo, porque os EUA não estão em condições de o fazer".
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